domingo, 14 de março de 2010

Costumes marroquinos


O Marrocos é um país de contrastes com suas enormes praias e suas cidades, ao mesmo tempo históricas e cosmopolitas. Aqui se fundem o Oriente e o Ocidente, a África e o mundo Mediterrâneo, não só no folclore, mas também na gastronomia, no artesanato e em tantos outros aspectos da vida deste país.Em quase todas as cidades do país, principalmente nas cidades imperiais, há traços comuns que caracterizam a tradicional arquitetura urbana marroquina: uma medina (centro comercial e residencial), uma mesquita central, o palácio real, o mellah (bairro judeu) e os souks (mercados).Vale a pena conhecer os mistérios e costumes desse povo tão simpático, receptivo e cordial…A família é o centro da vida social no país. Normalmente vivem na casa os pais os filhos solteiros e os casados, com suas mulheres e filhos. Nas cidades, entretanto, devido ao tamanho das casas, os moradores são em número menor.Na sociedade árabe tradicional, os mundos masculino e feminino são completamente separados; os homens dominam a família e a vida pública, enquanto as mulheres ficam restritas à casa e aos trabalhos domésticos. Atualmente, muitas mulheres marroquinas já trabalham fora. As mulheres de origem berbere sempre tiveram mais liberdade do que as de origem árabe; elas trabalham nos mercados e participam de eventos públicos sociais.As mulheres não podem entrar nas mesquitas, a não ser que tenham uma permissão especial e, mesmo assim, ficam na galeria das mulheres, completamente separadas dos homens.No passado, todos os casamentos eram arranjados e, atualmente, apesar de ser menos comum, esta tradição é ainda observada em algumas famílias. A noiva recebe um dote de sua família e o noivo e sua família dão grande soma em dinheiro à família da noiva. Este dinheiro será gasto com a montagem da casa. As cerimônias de casamento geralmente ocorrem no verão e são eventos alegres e coloridos. Normalmente a noiva mantém seu nome de família.

Uma casa tradicional marroquina tem sempre um pátio central, pavimentado com mosaicos em cores brilhantes, com uma fonte no centro. Os cômodos principais abrem diretamente para este pátio. As casas são geralmente mobiliadas com muitos sofás encostados nas paredes, cobertos com ricos tecidos marroquinos. O chão é coberto com espessos tapetes, sobre os quais ficam mesas redondas baixas para servir as refeições.Por todo lado há almofadas e a refeição deve ser feita com todo conforto, pois no país, a hora da refeição é um verdadeiro evento social.A mesa geralmente não fica preparada, pois os pratos são trazidos pouco a pouco. Antes da refeição, uma empregada ou um membro mais jovem da família traz uma bacia de metal, com uma plataforma no meio, onde fica um pedaço de sabão (geralmente obras de arte, feitas por artesãos locais) e água em volta. As mãos são lavadas e uma toalha é oferecida para secá-las. Além do ritual de lavar as mãos, o que se repete ao final da refeição, há ainda o costume de beber chá de menta antes e depois das refeições.Os marroquinos comem com os dedos da mão direita (o polegar e os três primeiros dedos), pegando a comida de um prato comunitário.Antes das refeições, agradecem a Deus falando "Bismillah" e no final, falam "Al Hamdu Lillah", que quer dizer "Graças a Deus".As refeições em dias de festa são muito elaboradas e custam, às vezes, uma semana de trabalhos para sua preparação. Constam, geralmente, de cinco pratos: a bstilla, uma torta de massa fininha recheada com uma mistura de frango, amêndoas, cebola e salsinha, coberta com canela e açúcar cristalizado. Em seguida vem o meshwee (carneiro assado inteiro na brasa), seguido pela tajine, (carne, peixe ou frango cozidos com frutas como ameixas secas, limões ou marmelos em conserva, ou ainda com vegetais como alcachofra) que é servido com khubz, um pão esponjoso redondo. Chega então a hora do couscous (um grande prato de semolina granulada cozida com carne de carneiro ou frango e vegetais num molho apimentado) e finalmente chega a sobremesa: melão, bolos e doces, seguidos pelo tradicional chá de menta. Um convidado deve comer de todos os pratos oferecidos.O visitante não deve cumprimentar primeiro os donos da casa e sim apertar a mão de quem está à sua direita e assim sucessivamente. Este é o costume local.O principal ingrediente da culinária marroquina é o couscous. Carnes e peixes são normalmente grelhados ou cozidos por muitas horas em uma panela de barro com uma tampa cônica chamada tajine (o mesmo nome da comida).Damascos secos, tâmaras, figos, passas, pinhas, amêndoas e pistaches são utilizados em muitos pratos. Uma mistura de suco de limão e sal acrescenta um gosto especial a pratos de frango e peru. Especiarias, tais como cominho, coentro, pimenta, açafrão, canela e gengibre também acrescentam um sabor especial. As sobremesas são temperadas, quase sempre, com canela e amêndoas. O Briouat, (espécie de pastel recheado com amêndoas, fritos e depois mergulhados no mel) e o kaboughzal (massa em formato de croissant recheada com creme de amêndoas e perfumada com flor de laranjeira, que é tradicionalmente servido nas festas de casamento) são algumas das sobremesas típicas marroquinas.

Atualmente, cada vez mais marroquinos se mudam para as cidades maiores atrás de empregos e, por esta razão, os bidonvilles (favelas) tem crescido nos subúrbios das cidades. As famílias pobres moram em habitações precárias nestas áreas. As habitações nas áreas rurais variam de acordo com o clima e com os materiais de construção disponíveis. Muitas pessoas, no sul do país, vivem em casas feitas de barro, pedra ou madeira.

No sul, algumas tribos seguem a tradição da vida nômade no deserto. Algumas se estabelecem, temporariamente, nos oásis ou nas áreas úmidas que pontilham as terras secas. Outras armam as barracas nos platôs secos elevados, onde os rebanhos de carneiros e cabras podem pastar.

A roupa tradicional marroquina é o djellaba (jallaba em árabe, que significa atraente) que é uma veste longa, larga e de mangas compridas. Muitas mulheres ainda seguem a tradição Islâmica e cobrem o rosto com um véu. Os homens geralmente cobrem a cabeça com um tarbouch (também chamado fez pelos ocidentais) nas ocasiões formais. Os homens de descendência Berbere usam sandálias de couro de cabra, turbantes brancos e carregam elaboradas adagas entalhadas. Em casa e nos encontros sociais, as mulheres usam longas vestes chamadas kaftans. Apesar de a maioria do povo marroquino usar as roupas tradicionais, cada vez mais o estilo europeu vem se tornando popular.

Os souks (mercados marroquinos) são um emaranhado de estreitas passagens e túneis. As pessoas vão para os mercados, não apenas para comprar e vender mercadorias, mas também para socializar. Os souks têm muitas pequenas lojas lotadas com todos os tipos de artigos, que vão de especiarias a roupas. Devido às estreitas passagens, burros e bicicletas são a única maneira de transportar as mercadorias por dentro dos souks.

O esporte mais popular do país é o futebol. Marroquinos de todas as idades são fãs incondicionais do esporte e é comum ver crianças jogando futebol nas ruas. Quando há algum jogo importante, as ruas ficam desertas, pois todos estão em casa ou nos cafés assistindo o jogo pela TV. O Marrocos foi a primeira nação africana a participar da Copa do Mundo.O golfe é também um esporte tradicional no país e a popularidade do remo vem crescendo. O rally de carro é também um dos favoritos e o Atlas Rally através da Espanha e Marrocos é um importante evento esportivo internacional.Os marroquinos passam suas horas de lazer conversando e socializando com a família e amigos. Os homens vão para os cafés onde fumam, tomam café ou chá de menta e batem papo. Já a maioria das mulheres faz vida social dentro de casa ou nos banhos turcos públicos (hammam), onde o vapor é conseguido através da queima de madeira. Há locais separados para homens e mulheres.Tradicionalmente, os meninos eram educados nas madressahs, centros de aprendizagem Islâmicos, dentro das mesquitas. Estas escolas ainda são comuns no país. Os alunos se dedicam a decorar o Alcorão e aos estudos religiosos.A educação era obrigatória para crianças entre 7 e 13 anos em 1962. Entretanto, a falta de professores e de escolas, ao longo dos anos, vem limitando o acesso à educação para as crianças das áreas rurais. Além do mais, nem todas as crianças marroquinas podem ir para a escola, pois em algumas famílias elas têm que trabalhar para ajudar seus pais. Se apenas algumas das crianças da família podem freqüentar a escola, a prioridade é dada aos meninos. O idioma inicial das escolas é o árabe nos dois primeiros anos e depois os alunos aprendem todas as matérias tanto em árabe como em francês.Todas as famílias nas áreas rurais fazem seu próprio pão de farinha de semolina e, antes de mandá-lo para o forno comunitário, marcam-no com seu próprio selo especial para que não sejam confundidos na padaria.O Ramadan (nono mês do calendário Muçulmano) é um mês especial. É um tempo de reflexão, de devoção a Deus e de autocontrole. Para muitos, é um modo de autopurificação espiritual. Os muçulmanos jejuam durante todo o mês. O jejum começa quando o dia amanhece e termina no pôr do sol. Durante as horas do dia, não podem comer, beber ou fumar. Normalmente há uma refeição rápida (suhoor) no alvorecer e outra (iftar) no final do dia. Os marroquinos são proibidos por lei de desrespeitar publicamente o jejum e alguns são presos por este motivo.Quando o mês de jejum termina, há uma celebração, o Id-al-Fitr (banquete da quebra do jejum), que dura três dias, onde presentes são trocados e amigos e famílias se reúnem para orar e para fazer grandes refeições.

Um comentário:

  1. Muito interessate saber sobre os costumes. Adorei a materia e vejo que tem muitas informações sobre os muçulmanos. O que muito me interessa. Gostaria de ver em seu blog, matérias como: divorcio dos muçulmanos com filhos, direito da mulheres sobre esses filhos apos o divorcio. o comportamento do homem e da mulher em situações como essa.Se o homem pode casar outra vez e a mulher também. Quero saber tudo que puder informar na vida deles hoje. Suas conquistas.

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