sábado, 21 de novembro de 2009

Evolução da bruxa



A Bruxaria está consubstanciada na simplicidade dos seus princípio fundamentais, dentro da concepção antiga do universo e da vida.
E é dentro de uma conduta sã para os seres que a querem seguir, que se estabelece o caminho e a evolução natural da Grande Arte da Magia.
Tal conduta, está vinculada aos conhecimentos que propicia, impele e motiva a quem busca para si conhecer e vivenciar a bruxaria. Dentro do conhecimento de si próprio como força e matéria, descobrindo que em toda manifestação de vida há um vínculo real de energias inteligentes, que como em nós seres humanos, faz parte de um circuito integrado ao todo, ao sistema cósmico universal.
Aprendemos assim, que somos pequenos fachos de luz, ainda muito embotados, de um imenso clarão que impulsiona a obra da Grande Mãe, que é a vida inteligente universal.
O conhecimento da Bruxaria real é um processo contínuo de estudo, e jamais será compreendida por aqueles que se limitam a repetir sem vivenciar, sem compreender, sem interiorizar, presos a conceitos ligados a dogmas ou concepções obsoletas, condicionadas pela formação imposta pelo poder patriarcal.
É tão simples a concepção real da Bruxaria, da fé e da devoção aos Deuses, que em uma só palavra poderíamos sintetizar: essa palavra é CONDUTA.
A Bruxaria desde os tempos mais remotos da humanidade se desdobrou, se estabilizou a partir da conduta dos seus praticantes.
E quando digo normas de conduta, não estou estabelecendo regras ou rigidez de comportamento, mas sim refiro-me a um procedimento coerente com o que pregamos. Em obediência as Tradições, todas libertárias, livres de preconceitos, o que constitui uma realidade incontestável, com um próprio e peculiar código de disciplina.
Criou-se uma mentalidade nova, que dia a dia mais se expande, que em Bruxaria tudo pode-se por ser uma religião sem dogmas. Absurdo e incompreensível, desde que, ao se tornar detentores de habilidades mágicas, da abertura de canais com as forças naturais, e do conhecimento das leis do universo, estabelece - se a responsabilidade com as ações, atos e pensamentos. Caso contrario, veremos institucionalizar-se uma religião de caos e não de preservação e acolhimento das obras da Grande Mãe.
A vida ordenada de cada Bruxa, é o reflexo do seu sentir, do seu compromisso com a natureza em toda a sua manifestação. Do seu estado de reflexão para com a condução dos ensinamentos. É pois, sob uma norma de CONDUTA bem definida, moderadamente conduzida, que a Bruxa destes novos tempos poderá se fazer respeitar e receber o devido respeito a sua religião.
Para impor – se na luta pela magnitude da Arte, da Antiga religião, à consideração e ao respeito de todos, é prioritário a união de todos os seguimentos da Arte, principalmente para aqueles que se posicionaram como facilitadores do caminho. Aqueles que a vida colocou a frente de grupos, condutores dos que despertam para a Deusa. Cabendo a esses, o especial cuidado com a condução, de forma límpida, verdadeira e sincera. Sem estabelecer a posição de mestre, de líder espiritual, pois sabemos que na Bruxaria, como em qualquer seguimento da vida, “O Mestre morre aprendendo”.
À Bruxaria enquanto religião, cabe uma grande e sublime missão, ainda que bem árdua e por muito anos não compreendida: restabelecer a verdade da criação Pai e Mãe e reimplantar os magníficos ensinamentos das manifestações da Natureza.
Há um dever que todos os Bruxos encarnados neste momento histórico, devem tudo fazer para cumprir, que a todos atinge por igual: trabalhar para evoluir . Cada qual precisa ocupar o seu lugar e esforçar-se por dar conta das suas atribuições, certo de que tem no espaço uma posição definida e insubstituível.
Muitos Bruxos no planeta sentem-se apreensivos por falta de uma bússola norteadora, então se faz necessário um condutor mais experiente na Arte , com humildade e simplicidade para ajuda-los na difícil caminhada. Assim, juntos, a medida que se evolui, em conhecimentos e práticas, vão se tornando conhecedores das coisas do espaço etérico e do oculto. O universo representa a evolução em marcha.
No mundo – escolas , Covens , as emoções fazem parte do cotidiano. Essas emoções são experimentadas indistintamente por todos os participantes. Quando a Bruxa se torna uma conhecedora das leis, que completam o quadro das referidas experiências, ai sim, o sentido da vida na Arte começa a ser despertada na sua alma e no seu coração.
Para a ascensão de uma Bruxa, não existe privilégios nem proteções. O princípio de justiça funde-se na lei da igualdade. Todos têm de enfrentar idênticas dificuldades e chegar a sabedoria pelo próprio esforço.
A calma, a serenidade, a moderação, as atitudes ponderadas, a reflexão, o critério e o bom – senso, são qualidades reveladoras de equilíbrio mental, por meio do qual a Bruxa, no torvelinho da existência terrena, procede com maior segurança e se abstém da prática de erros comuns.
O equilíbrio mental provém da apuração dos sentidos, do temperamento bem ajustado às realidades da vida, da serenidade, da compreensão exata das possibilidades e da justa apreciação dos fatos.
O domínio de se mesma assegura a Bruxa o controle íntimo, evitando os atos impulsivos e as atitudes impensadas que a possam levar a cometer desatinos, promover feitiços que vão de encontro as leis e ao livre arbítrio do próximo, muitos dos quais irreparáveis, de que se vem a arrepender mais tarde, como acontece na maioria das vezes.
A verdadeira Bruxa precisa estar sempre alerta e vigilante, consciente de que é uma força que trabalha incessantemente, vibrando, atraindo e repelindo energias constantes. Correntes favoráveis e desfavoráveis ao seu progresso e ao seu bem estar. Que as forças invocadas e ativadas enchem o espaço, cruzando-se em todas as direções quotidianamente.
Daí, a necessidade do domínio próprio, para não se deixar influenciar pelas irradiações adversas, procedendo unicamente, de acordo com a sua vontade.
A sensibilidade é a faculdade de que dispõe a Bruxa para sentir as correntes vibratórias do meio ambiente e, por trás do invólucro das aparências, a verdade.
É pela sensibilidade que se percebe o sentimento afim, que congrega, que une, que irmana os bruxos de idênticos ideais e de iguais aspirações.
É a sensibilidade ainda o maior instrumento da Bruxa. Com ela trabalha – se a alegria e a dor. Dor que na maioria das vezes faz a Bruxa desatenta e indiferente transgredir a lei do acolhimento e concentrar-se em si mesma, permitindo que o ego se sobreponha.
A firmeza de caráter, como tantas outras faculdades, patenteia a evolução espiritual da Bruxa.
Como resultante de uma combinação harmônica, dentro da conduta trabalhada, e os atributos compatíveis com a Bruxaria, a Antiga Religião tende a se restabelecer de forma segura e memorável.
Os que possuem o Dom natural, dão sempre os melhores, os mais nobres, os mais admiráveis exemplos de retidão em todos os atos da vida e principalmente em relação a arte.
São inumeráveis os atributos da bruxa, que aumentam e se desdobram na razão direta do seu crescimento, como um ser evolucionário.
As nossas ancestrais foram trabalhadoras incansáveis. Os exemplos de dedicação a Arte demonstram com exatidão a fidelidade e a honradez que nos legaram, com a retidão determinada no cumprimento do dever para com os Deuses.
O aperfeiçoamento deve constituir a principal preocupação da Bruxa, em todos os ramos da sua atividade. Tendo sempre a necessidade de esmerar-se no desempenho das suas obrigações, procurando executar o trabalho com o devotamento de que for capaz..
Sem atenção, interesse, conhecimento, esforço, dedicação, alegria, bom - humor , devoção, e inabalável disposição de alcançar resultados positivos, não se caminha para o aperfeiçoamento.
Lembrando sempre que quanto mais se conhece, quanto mais se estuda, mais reconhece a distância que a separa do saber absoluto, que exige uma eternidade de estudos.
Os verdadeiros sábios não perdem a consciência das suas limitações e esforçam-se para aprender mais e mais.
A modéstia e a despretensão devem ser sempre exercitadas. Só as medíocres e preocupadas em exibir-se , expõem desnecessariamente o seu saber. Alardes de atributos mágicos são ridículos e hipotéticos. Por isso há necessidade de comedimento, de moderação em todos os gestos e atitudes, que deverão constituir um sadio hábito na vida de qualquer Bruxa, para poder conduzir sempre com dignidade a missão em nós depositada. Missão esta que não está dissociada, do nosso comprometimento de sigilo com as engrenagens e com os ditames da grande Arte da Magia.

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