sábado, 21 de novembro de 2009

Os Druidas



Os Druidas eram sacerdotes e sacerdotisas dedicados ao aspecto feminino da divindade: a Deusa.
Eles não admitiam que a Divindade pudesse ser cultivada dentro de templos construídos por mãos humanas, assim, faziam dos campos e das florestas mais suaves - principalmente onde houvessem antigos carvalhos - os locais de suas cerimónias.

Os druidas eram parte da antiga civilização Celta, povo que se espalhava da Irlanda até vastas áreas no norte da Europa ocidental, incluindo a Bretanha Maior e Menor (Inglaterra e norte da França) e parte do extremo norte da península ibérica (Portugal e Espanha). Dominavam muito bem todas as áreas do conhecimento humano, cultivavam a música, a poesia, tinham notáveis conhecimentos de medicina natural, de fito terapia, de agricultura e astronomia, e possuíam um avançado sistema filosófico muito semelhante ao dos neoplatônicos.



A mulher tinha um papel preponderante na cultura druídica, pois era vista como a imagem da Deusa, detentora do poder de unir o céu (o Deus, o eterno aspecto masculino) à terra (a Deusa, o eterno aspecto feminino). Assim, o mais alto posto na hierarquia sacerdotal druídica era exclusividade das mulheres. O mais alto posto masculino seria o de conselheiro e "mensageiro" dos deuses.
Desde a dominação romana, a cultura druídica foi alvo de severa repressão, por isso hoje sabemos muito pouco sobre deles, apesar de o próprio Júlio César reconhecer a coragem que os druidas tinham em enfrentar a morte em defesa de sua cultura. Sabemos que eles possuíam suficiente sabedoria para marcar profundamente a literatura da época, criando uma espécie de áurea de mistério e misticismo (e eles, de fato, eram místicos), sendo reverenciados e respeitados como legítimos representantes dos deuses.



O Povo Celta, como um todo, construíra-se dentro de uma tradição eminentemente oral, ou seja, não usavam a escrita para transferir seus conhecimentos fundamentais - embora conhecessem uma forma de escrita chamada rúnica.

Por isso após o domínio do cristianismo - que no início foi bem recebida pelos próprios druidas, quando o poder da Igreja de Roma ainda não era suficientemente forte e corrompido ao ponto de distorcer a mensagem básica de Jesus de tolerância e amor - perdemos muito desta maravilhosa civilização, e, juntamente, perdemos muito da história dos Druidas, e até hoje muita coisa permanece envolta em mistério: sabemos que realmente eles existiram entre o povo Celta, porém eles não eram propriamente originários desta civilização, então de onde vieram os Druidas?



Seriam eles os tão terríveis Bruxos avidamente perseguidos pelo fanatismo cego e ambiciosa da Igreja Católica Romana? Foram eles quem ajudaram o bretões a se livrarem dos saxões? Teria realmente José de Arimatéia (discípulo de Jesus) encontrado abrigo entre eles? A história dos Druidas se esconde frequentemente entre diversas lendas, como a do Rei Arthur, onde Merlin e a meia-irmã de Arthur, Morgana, eram Druidas.


Na verdade quando estudamos sobre os Druidas, temos diante de nós apenas fragmentos de narrações, algumas lendas e muita oposição eclesiástica, cujo ódio aos Druidas e a todos os outros povos pagãos é forte demais para que seus textos nos sejam uma fonte confiável de informação.

A sensação que temos é a de embarcar num Mundo totalmente diferente, mágico, fantástico, como se tomássemos a lendária barca que nos leva à ilha sagrada de Avalon, cercada de brumas, onde vive um povo incrível e misterioso.



Das poucas coisas que sabemos sobre eles, temos a certeza de que os Druidas acreditavam na Imortalidade da Alma, que buscaria seu aperfeiçoamento através das vidas sucessivas (reencarnação).

Eles acreditavam que o homem era o responsável pelo seu destino de acordo com os actos que livremente praticasse. Toda a acção era livre, mas traria sempre uma consequência, boa ou má, segundo as obras praticadas.

Quanto mais cedo o homem despertasse para a responsabilidade que tinha nas mãos por seu próprio destino, melhor.

Ele teria ainda a ajuda dos espíritos protectores e sua liberação dos ciclos reencarnatórios seria mais rápida. Ele também teria a magna responsabilidade de passar seus conhecimentos adiante, para as pessoas que estivessem igualmente aptas a entender essa lei.



A Igreja Católica, inspirada pela Conjura, demonstrou grande ódio aos Druidas que, tal qual outras culturas, foram consideradas pagãs, bruxos terríveis, magos negros que faziam sacrifícios humanos e outras coisas cruéis...

A religião druídica na realidade era uma expressão mais mística da religião céltica. Esta era mais mágica, por isso mais popular, com formas de rituais mais rústicos, e muito mais ligado à natureza ambiental, à terra que era tratada com carinho bem especial. A mais popular das expressões religiosas dos celtas constituiu-se a Wicca, que o Catolicismo fez empenho em descrever como um conjunto de rituais satânicos.

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